sábado, 15 de outubro de 2016

Tempo.

Vivo em constante diálogo com o tempo. 
Com meu tempo. Por vezes com o tempo daqueles com quem gosto de gastar o meu.
Que ele seja rápido, quando a companhia pesa; que ele demore e demore e demore quando o despertador está programado; que ele cure a dor dos meus amigos e, às vezes, a minha própria; que ele esteja a meu favor. Que não se demore nos compromissos chatos, encontros forçados e naquilo tudo que ocorre sem minha vontade, mas que ele seja quase eterno em todos os momentos em que eu vivo, simplesmente, e me esqueço que existe qualquer marcação temporal.
Apesar dos meus pedidos, continua constante, e me mostra que sou eu que modifico essa passagem. Quanto mais tempo perco reparando no tempo, mais lenta fica minha percepção. Mas se eu vivo e observo ao meu redor, tudo logo já se transforma em passado. 
Há tanto que só o tempo me proporcionou. Há tanto que só ele pode, ainda, proporcionar. Há tantas formas de olhar e uma delas é ter certeza de que é ele que carrega o segredo das coisas e que, por isso mesmo, é um dos deuses mais lindos...

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