sábado, 15 de outubro de 2016

No fundo dos teus olhos...

Como é bom olhar no fundo dos teus olhos e ver um pouco mais do que aquilo que sempre esperei. Quando olho no fundo dos teus olhos vejo a alegria de um menino inocente e que só emana o bem. Quando olho no fundo dos teus olhos vejo o homem honesto, que carrega a beleza de quem carrega princípios. Quando olho no fundo dos teus olhos vejo meu próprio desejo refletido e vejo, também, o seu, o que, aliás, me faz sentir aqueles arrepios na alma. Quando olho no fundo dos teus olhos vejo sonhos e já imagino os meus ali, juntos, criando os nossos. Quando olho no fundo dos teus olhos vejo todos os detalhes que, hoje, são o que eu tenho de melhor e mais simples. Quando olho no fundo dos teus olhos enxergo o quanto foram bons os caminhos que segui; afinal, me levaram ao fundo dos teus olhos. Quando olho no fundo dos teus olhos vejo tudo aquilo que desejo cultivar. Quando olho no fundo dos teus olhos vejo suas verdades e a simplicidade do silêncio que fazemos. Quando olho no fundo dos seus olhos vejo cuidado e, para além disso, vejo reciprocidade no seu olhar. Quando olho no fundo dos seus olhos vejo felicidade e leveza e vejo os meus olhos procurando o que há de mais lindo no mundo: seu sorriso. Quando olho no fundo dos seus olhos vejo companhia, inclusive para dias de tempo fechado. Quando olho no fundo dos seus olhos vejo meu lugar e sei que só quero te olhar, e olhar, e olhar. Quando olho no fundo dos seus olhos vejo tudo de incrível que só você vê. Como é bom olhar no fundo dos seus olhos e perceber que o melhor da vida é que eu encontrei você.

Tempo.

Vivo em constante diálogo com o tempo. 
Com meu tempo. Por vezes com o tempo daqueles com quem gosto de gastar o meu.
Que ele seja rápido, quando a companhia pesa; que ele demore e demore e demore quando o despertador está programado; que ele cure a dor dos meus amigos e, às vezes, a minha própria; que ele esteja a meu favor. Que não se demore nos compromissos chatos, encontros forçados e naquilo tudo que ocorre sem minha vontade, mas que ele seja quase eterno em todos os momentos em que eu vivo, simplesmente, e me esqueço que existe qualquer marcação temporal.
Apesar dos meus pedidos, continua constante, e me mostra que sou eu que modifico essa passagem. Quanto mais tempo perco reparando no tempo, mais lenta fica minha percepção. Mas se eu vivo e observo ao meu redor, tudo logo já se transforma em passado. 
Há tanto que só o tempo me proporcionou. Há tanto que só ele pode, ainda, proporcionar. Há tantas formas de olhar e uma delas é ter certeza de que é ele que carrega o segredo das coisas e que, por isso mesmo, é um dos deuses mais lindos...