terça-feira, 12 de abril de 2011

'Meias verdades, sempre à meia luz'

O tempo é precioso e eu me toquei, antes tarde do que nunca, que preciso gastar o meu com coisas boas, com felicidade e comigo, sobretudo comigo. Que tinha ficado tão esquecida por um tempo e tão escondida atrás de sentimentos e pessoas, de meias verdades e dessa meia luz, que nunca me iluminou completamente, mas que sempre teve um dom incrível pra escurecer sem dó.
De tão difíceis e tristes, certas coisas se tornam absolutamente insustentáveis, mesmo pra quem é teimoso, como eu, e acredita que uma hora ou outra o amargo vira doce.
Milagres não acontecem e o inverso é ainda pior: o seu doce pode amargar e aí, meu bem, já era, né? Quem quer piorar? Eu não quero!
Já que é assim, então, o segredo é entender, e entender mesmo, por mais que machuque, entender e tirar de dentro a força que nem mesmo sonha que tem pra fingir que não sente mais, pra não olhar, pra não querer e pra fingir pra todo mundo. Até pra você, até pra mim. De tanta força e de tanto fingir, um dia o jogo muda. E eu posso me sentir iluminada novamente, não com aquela luz fraca, mas com um sol inteiro e vazio de meias verdades.
O que eu quis por muito tempo foi atenção, foi presença, foi seu tempo, tudo que não era meu e nem eu.
E agora eu quero ser minha, sem aqueles olhares, sem aquelas saudades, sem aquilo que eu não tinha. Quero ser minha, me dar atenção, me curtir e perceber cada detalhe meu. Exatamente como eu fazia enquanto você dormia, enquanto ao fazer tudo isso, sem querer, eu me esquecia.
E eu tô gostando de me ter, de ser minha. Tô do gostando da meia luz, enquanto ela chega sozinha.

Camila