sábado, 1 de dezembro de 2012

'Por onde for, quero ser seu par!'

Apesar de ter um coração pequenininho hoje, de tão apertado pela saudade precoce, pela incerteza, pela dor de ter que deixar ir e por inúmeros outros motivos, muitos sentimentos estão passando por aqui.
Recordações do primeiro dia, primeira semana, primeiro seminário, primeiras impressões, primeiras brigas, intrigas, e, antes disso, nome na lista, adeus cursinho, vontade enorme de estar lá. Vontade enorme de ser Letras, ser UNESP, ser Araraquara, sem saber que o melhor seria ter tudo isso com quem foi.
É claro – e seria estranho se assim não fosse – que erramos, magoamos uns aos outros, chateamos, demos valor a tanta coisa que não merecia, corremos para fazer o melhor seminário ou pra esconder o livro da biblioteca, sei lá. Quem não faria tudo isso, não é mesmo? Acho que a parte nem tão boa não precisa ser a mais evidente, nem agora, nem depois. No fundo, cada um sabe o que fez, o que representou na vida do outro – ou mesmo o que não representou. O sentimento que trago hoje – e sei que muitos trazem – não anula, em absoluto, nada que ocorreu em quatro anos. Pelo contrário, o que sentimos agora, na despedida, apenas concretiza tudo que foi.
Por isso mesmo distribuí e recebi muitos abraços sinceros, de saudade, de carinho, de desejo de coisas boas; vi muitos e muitos olhares sinceros, de amizade, de troca, de cumplicidade. Não poderia ser diferente: isso tudo, vocês todos, com defeitos e imensas qualidades são a minha história, nós somos a história uns dos outros, graças a Deus (ou a seja lá o que cada um de vocês acredita!).
E, sendo muito sincera, me sinto muuuuuuuuuito, mas muito orgulhosa de ter feito parte dessa história, de ter dividido com vocês meus sonhos, minhas angústias, minhas alegrias, descobertas, inquietações maiores ainda, tristezas e um monte de outros sentimentos que me moldaram e mudaram dia a dia.
Não tem como não dizer que de tudo que sou, vocês são parte. Não serei hipócrita, nunca fui e não será agora. Sabemos, claro, que nem todos nos amamos, que nem sempre nos encontraremos e que muitas vezes fomos o inferno uns dos outros. Hoje ainda, mesmo com esse saudosismo careta, não posso dizer que me entreguei a todos, e nem todos a mim e disso a gente sabe muito bem.
Confesso que é um alívio saber que ainda estarei por aqui no próximo ano (ainda que seja por conta dessas línguas que, de fato, são um problema pra mim!rs), mas espero, sinceramente, que quem for leve muito de nós, deixe muito aqui pra quem fica e que a gente sempre, sempre mesmo, possa perceber na gente um pouco de tudo que, juntos, fomos aqui.
Que a gente tenha força, fé, amor e vontade pra lutar por tudo que a gente acredita e que isso possa acontecer sempre, até nas horas difíceis. Que tenhamos muita verdade para cultivar os relacionamentos que aqui construímos e que a gente não tenha preguiça, má vontade ou que deixe o dia-a-dia impedir que a gente não se afaste de quem já é família. Que cada um possa ser feliz do jeito que for: aqui, ou em qualquer outro lugar, como professores ou qualquer outra coisa, sozinhos ou acompanhados por quem quer que seja: toda forma de amor é justa, afinal. E que a gente ame demais, que amor não é tudo, mas é começo de tanta coisa!
Eu queria falar o nome de cada um, falar sobre todas as coisas que eu lembro, tudo que me faz rir ou ter raiva, ou saudade, mas seria quase impossível. Digo, portanto, que cada um de vocês representa muito pra mim, nem que seja por constituir o que eu sei que será minha mais saudosa lembrança. Cada um de vocês, a seu tempo e maneira, se fizeram especiais.
Sentirei falta dos que falam demais, dos que falam tão pouco, daqueles que toparam todas as festas ou dos que furaram todas, de todas as meninas desse curso infinitamente feminino e dos meninos que passaram muito bem (né não?=D); das conversas inquietantes, esclarecedoras, daquelas que aproximaram ou que, definitivamente, abriram uma cratera entre nós; dos seminários assistidos (ainda que acompanhados do meu sono constante); das risadas em horas impróprias; de quem chorava por um dez; de quem nem ligou por sempre ter um cinco; sentirei falta das ansiedades compartilhadas; dos e-mails em véspera de festas; dos engraçados que pulavam de um lado pro outro ou daqueles que quase sempre tinham a cara fechada; das conversas no ônibus; dos carinhos trocados; dos momentos de discórdia e de tudo, tudo.
Queria mais um pouquinho, mas eu acho que sempre vou querer mais um pouquinho com vocês. E de vocês.
Aprendi a ser melhor aqui, a aceitar meus próprios erros e entender que diferenças aproximam. Encontrei formas plenas de amor, de amizade, de cumplicidade e de muitos sentimentos maravilhosos que muitos de vocês me proporcionaram.
Desejo o melhor do mundo pra cada um. Sorte. Felicidade. Amor. Bons momentos. Novos amigos e que todos conservem os de hoje. Conquistas. Livros. Histórias e poesia.
Não posso não dizer que esses quatro anos foram extremamente especiais, importantes e muito bons. Agradeço a todos por eles, agradeço por tudo, afinal, muitas dessas pessoas com quem convivi por esse tempo são hoje muito, mas muito mais que amigos!