Eu tenho vinte e quatro anos. Isso. 24! Vinte e quatro.
Talvez tenha demorado um mês pra eu perceber ou talvez eu tenha me sentido velha vendo fotos dos dezenove. Saudade dos 19 e do que ele me faz recordar. Começo de mudança permanente, pessoas novas, sentimentos bons, frios na barriga de dar inveja, noites em claro.
Pensem na aflição, então, que toma conta quando eu lembro de mim aos 12, pensando como seria aos 20. O que posso assegurar é que não é, de longe, o que a menina pensava.
Mas é tão bom. Tão bom ter vinte e poucos anos, tão bom ter trilhado outro caminho, tão bom ter chegado aqui. Eu agradeço pelos tombos, agradeço pelos acertos, por ter encontrado pessoas mil vezes melhores do que eu imaginava, por eu ter me deixado, menina, pra trás, pela coragem e por toda covardia. É bom, muito bom aceitar as cicatrizes, as marcas e os passos que, por vezes, alguém vem e dá no seu lugar.
Tão bom poder entender quem se é, aceitar, melhorar e perceber que é isso. É você. Do jeitinho que é.
Uma delícia ser alguém e saber do que é feito, de quem é feito, de quais memórias, de quais escolhas. Bom sentir saudade dos dezenove, susto pelos vinte e quatro e ansiedade pelo ano que vem; melhor ainda é gostar daqui e perceber que ninguém ficou pra trás, nem mesmo meus desejos frustrados ou minhas outras idades, eu simplesmente sou o acúmulo de tudo que já passou por mim e isso não é lá tão ruim.
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