Mais uma vez o final. E mais uma vez é hora de pensar um pouco mais. Ou não.
O bom disso tudo é essa expectativa que a gente cria, essa fé que a gente deposita na nova chance e os agradecimentos que a gente faz, quando na verdade deveria fazer todo dia.
Esse ano foi a confirmação de muita coisa na minha vida: realmente conquistei amigas especiais, me desliguei de quase tudo que era ruim, me apaixonei de um modo que não sei até agora me desvencilhar, amadureci, mantive o que valia a pena, prestei o melhor curso que poderia pensar e faço o que me faz feliz, mudei e tenho tentado entender, por muitos meios, um pouco mais sobre meu próprio mecanismo. Meus dias tem sido, definitivamente, essa confirmação e eu me sinto realizada por perceber que ultrapassei algumas barreiras que eu mesma havia criado.
Confesso que, com tantos finais e recomeços, me sinto, muitas vezes, acuada e cheia de medo, me sinto uma adolescente por chorar tanto por amor e ódio e uma criança por ter medo de ficar sozinha, mas às vezes, como agora, me sinto uma mulher. Que pensa mais do que deveria, que sofre antecipadamente, que não entende nada, que sofre, chora e é feliz. E é feliz, só tem medo porque, nossa, a vida é grande demais e o que me espera, me espera. Eu espero.
E o que eu quero dizer, então, com tudo isso? Que eu só quero, pro novo ano, o que venho tendo até então. Meus amigos, minha família, meus livros, minhas músicas, minhas certezas, minhas angústias, meus medos, meus segredos, algumas realizações e alguns bons sonhos. Nada de muito extravagante, só as pequenas coisas que movem qualquer um por aí. A diferença é que as minhas coisas me levam pra looooooooonge, bem longe. E é longe que eu tenho estado, de muita gente, de muita coisa e de mim. Longe pra pensar, longe pra sentir melhor, longe porque perto não há santo que segure meu impulso, longe porque é longe que me querem.
Não sei se eu tô muito feliz, é difícil saber e é difícil ficar muito feliz, não sei se acredito nisso tudo, não sei nem se tem um gatinho da malhação me esperando ali na esquina, mas, meu bem, se eu não tentar, quem vai tentar por mim? E novo ano, me parece, tá aí pra isso, não é? Pra gente começar de vestido branco, cueca bem vermelha e com uma fitinha amarela em alguma parte do corpo.
Vou esperar por algumas mudanças e que elas esperem por mim. E que estejam, de preferência, vermelhas.
Camila
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