terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A grande arte

Se eu firo duramente aqueles que me ferem? Pouco provável! Amo, então, aqueles que me amam? Em sua grande maioria. E amo, além disso, os que não me amam, mas ferem e não são feridos.

Não importa, na verdade, qual seja a minha grande arte. Já os meus dilemas e tristezas eu sei bem quais são.
O que eu preciso é de prazer, de todas as formas que eu puder encontrá-lo, o que tá faltando é sentir prazer, literalmente até, e não insatisfação.
Se a satisfação tirou férias de mim eu não sei, mas, mesmo que eu queira, algumas das coisas que me deixavam bem, não fazem mais diferença.
E se eu tô com preguiça de fazer qualquer coisa, é porque já tô cansada dos mesmos rituais que sempre me levam aos mesmos lugares. Eu entro amando e saio ferida, sem ou com prazer, sempre o mesmo fim.
O que cansa, talvez mais que tudo, é perceber que tem muita gente que nem liga pra você nem pra nada, e, por mais que você se importa, quase ninguém faz isso.
Quantas noites já passei assim? Chorando até tudo doer, por ciúmes, por raiva, por amor, por solidão. E o que sempre acontece? O dia seguinte chega e eu tenho que seguir. Sem muitas surpresas, a vida continua.
E sempre há um modo de sentir prazer, pra gente continuar achando que é feliz. Que seja como cada um gosta: com chocolate, livros, tv, amor, beijos, sexo ou ilusão.
Talvez uma noite inteira com tudo isso me faça, além de me sentir menos só, continuar o outro dia melhor.

Camila

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