sábado, 6 de novembro de 2010

Não é?!

Pra cada não que a gente diz, há um sim perdido por aí. O retrato do que poderia ter sido e não foi.
Desde que me entendo por gente sou adepta da permissão, sempre era do grupo dos que permitiam. Tudo e todos. Eu me permitia, eu me dava o direito de. Eu me dou todos os direitos, mesmo que eles sejam completamente errados. Mas falar sobre o erro também já me faz partir pra outra pergunta: errado é o que mesmo?
E como a gente se engana com essa possibilidade, como a gente se engana com tudo. Tudo que parece pode não ser. E o risco do erro é grande, a gente engana, a gente se engana.
Tudo pode ser. Ou não. Eu posso ser quem pareço, ou não. Posso afirmar ou negar isso tudo, mas é tão bom saber que se pode ou não. É tão bom saber o que se é, e não saber. É bom ser e não ser e parecer e deixar todo mundo pensar sobre mim. Alguns, inevitavelmente, sempre sabem a verdade, mas é só porque eles já se transformaram num pouco do sim e do não, dos contrários que eu sou.
Pra cada não, um sim. Sempre dois caminhos, sempre duas possibilidades, vai ou não vai. É ou não é. Eu gosto tão mais de dizer sim, porque um não no caminho muda tudo. Então eu me permito, ir ali e além. Ser e tentar, não ser e me enganar, permito deixar de ser e viver tentando entender, me entender.
Pode ser por você, por mim, por amor ou falta de. Pode não ser. Mas, hoje, é sim!

Camila

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