Enquanto eu vinha pra Araraquara ontem a noite e via,de longe,a cidade com muitas luzes acesas, comecei a pensar no quanto o mundo é grande e no quanto tudo é grande. Até parece filosofia de boteco,né?!Mas não é. Não que não seja filosofia,é que não frequento botecos.
Enfim,cada luz daquela que eu via de dentro do ônibus estava acesa na casa de alguém. De alguém que eu conheço,de alguém que gosto,de quem eu nem imagino que existe,alguém que nunca vou chegar a ver. Não tem nada de extraordinário nisso,mas enquanto eu simplesmente estou voltando pra casa tem gente fazendo milhares de outras coisas. Enquanto eu durmo e sonho,ou sonho e não durmo, tem gente nascendo e gente morrendo,e rindo,comendo,vivendo e tem luz apagando e acendendo o tempo todo.
É tudo grande demais,todas as coisas que estão em volta da gente são grandes demais. E nós não,e eu não.
Além disso,é estranho perceber que eu posso não ser grande, mas o que há dentro de mim é.
O mundo aqui fora é grande e me ajuda a esquecer do que se passa aqui dentro. Porque eu posso fazer inúmeras coisas e ocupar 24 horas do meu dia,mas o mundo aqui de dentro,que não fica atrás no quesito tamanho,grita,chama e quer me mostrar que existe. Que ainda tem coisas que eu não resolvi,que eu não sei resolver.
Pode ser um cantor,uma música,um olhar,um cheiro,uma foto,uma noite. Pode ser o vento que bate,os sorrisos que eu lembro,a companhia que falta,o carinho que não mais está.Pode ser que tudo isso junto me faça terminar a noite assim:com uma saudade enorme e com a sensação de que o mundo se tornou um pouco menor pra mim sem o que é tão importante,mas não sei se é isso. No fim das contas isso só ajuda,essa falta nunca me deixa.
E o mundo é tão grande, é tudo tão grande,e quem vai saber o que as outras pessoas fazem agora? Quem vai querer saber o que eu faço?Quem vai saber o que eu quero?
Aqui dentro,vou apagar a minha luz. Lá fora,alguém vai acender.
Cá
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