Obrigada por não chorar. Obrigada por tudo. Obrigada por não chorar comigo, nem com você. Obrigada por não saber, por não dizer, não fazer.
Obrigada por não...
Camila
domingo, 30 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
No escuro
Só. Só escuro. Só no escuro.
Obviamente tem um botão, sempre tem um, pra eu apertar e acender, ascender. Mas o que parece é que eu perdi o rumo, do botão, de muitas coisas.
Muita gente pra ouvir e nada pra falar. Muita, muitas coisas pra falar, muitos gritos, desabafo, ninguém pra ouvir. Só.
Se hoje me pedissem pra resumir minha vida, o mundo, as pessoas, eu diria que é tudo uma porra, tudo uma merda, tudo um pé no saco. Eu sou um pé no saco, no meu saco. No seu saco. Diria que é tudo hipocrisia, mentira, diria que eu entendo disso só porque eu tô pensando na merda de um conto de um autor que eu adoro. Porque eu sou a merda e o plágio e não o conto, o conto é bom pra cacete.
Diria que a vida é uma censura, por mais livre que eu, que você, criatura, pense que sou. Porque não se pode dizer completamente o que se pensa, porque verdade sempre gera problemas e problemas, daí você cansa e engole a seco o que queria gritar, engole, engole, engole a força, só pra amenizar a situação. E não é hipocrisia? A gente passa a vida engolindo, pra matar a sede, a fome, pra sentir prazer, pra evitar confusão. Confusão? confusão é não poder ser de verdade, não poder falar, falar, falar e enlouquecer, não poder simular um orgasmo na praça, no clube. Ah, é. Não se pode falar de orgasmo também, de sexo, drogas, ninguém pode gozar, gozar a vida, não sem ter que contar meias verdades e uma meia duzia de mentiras inteiras.
Ninguém pode dizer que tem raiva, que não tem paciência, que não quer ouvir, que quer só gritar. Mas eu diria, eu digo: raiva, impaciência, gritos, solidão. Só e escuro. Coisas que não dão certo, coito interrompido. Frustração. Saudade. Lentidão.
E um dia de revolta, que não faz mal a ninguém...
Camila
Obviamente tem um botão, sempre tem um, pra eu apertar e acender, ascender. Mas o que parece é que eu perdi o rumo, do botão, de muitas coisas.
Muita gente pra ouvir e nada pra falar. Muita, muitas coisas pra falar, muitos gritos, desabafo, ninguém pra ouvir. Só.
Se hoje me pedissem pra resumir minha vida, o mundo, as pessoas, eu diria que é tudo uma porra, tudo uma merda, tudo um pé no saco. Eu sou um pé no saco, no meu saco. No seu saco. Diria que é tudo hipocrisia, mentira, diria que eu entendo disso só porque eu tô pensando na merda de um conto de um autor que eu adoro. Porque eu sou a merda e o plágio e não o conto, o conto é bom pra cacete.
Diria que a vida é uma censura, por mais livre que eu, que você, criatura, pense que sou. Porque não se pode dizer completamente o que se pensa, porque verdade sempre gera problemas e problemas, daí você cansa e engole a seco o que queria gritar, engole, engole, engole a força, só pra amenizar a situação. E não é hipocrisia? A gente passa a vida engolindo, pra matar a sede, a fome, pra sentir prazer, pra evitar confusão. Confusão? confusão é não poder ser de verdade, não poder falar, falar, falar e enlouquecer, não poder simular um orgasmo na praça, no clube. Ah, é. Não se pode falar de orgasmo também, de sexo, drogas, ninguém pode gozar, gozar a vida, não sem ter que contar meias verdades e uma meia duzia de mentiras inteiras.
Ninguém pode dizer que tem raiva, que não tem paciência, que não quer ouvir, que quer só gritar. Mas eu diria, eu digo: raiva, impaciência, gritos, solidão. Só e escuro. Coisas que não dão certo, coito interrompido. Frustração. Saudade. Lentidão.
E um dia de revolta, que não faz mal a ninguém...
Camila
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